Lisboa e Braga só distam 366 quilómetros


Braga acorda e avança com uma iniciativa semelhante à que foi apresentada no Porto acerca de um ano. A verdade inconveniente cresce e estende-se a novas paragens: sim, em Braga também há quem goste de cinema. notícia
Pensando bem, porque não uma Cinemateca em Braga? E em Vila Real? E em Faro? Pensando bem, porque não uma aposta séria do Ministério da Cultura na formação de públicos? Se o investimento estatal é considerado o principal catalisador para a criação de uma indústria forte na área da cultura, então que se faça uma aplicação estudada e corajosa dos dinheiros públicos que abranja o maior número possível de pessoas, transversalmente e por todo o território nacional.
O argumento da falta de equipamentos não faz sentido e, face a algumas posições do MdC, chega ser irritante. Veja-se a solução encontrada para o Porto. De todos os desfechos imaginários que este caso poderia ter, acabou por se escolher o pior: uma cinemateca tricéfala, ressuscitadora de polémicas passadas, espalhada aleatoriamente pela cidade, mal querida pelos seus futuros gestores e (ah, que bela cereja em cima de tão formoso bolo) longe da Baixa. Porquê meus senhores, se era assim tão fácil?
Braga corre o risco de ir pelo mesmo caminho. Recomenda-se cuidado, amigos Bracarenses. Isto de deixar que malta de fora decida o destino das nossas cidades não costuma dar bom resultado.
Nota: população residente nos distritos do Porto e de Braga: 2.747.904.

PS: Também não tenho nada de interessante a declarar ao mundo. Ainda assim, este post contém 341 palavras, formadas por um total de 1377 letras, e 58 sinais de pontuação.


publicado em 09.12.2008